Oito e meia da manhã. Os passageiros sonolentos ascendem pela escada rolante escutando a voz alta de um executivo ao celular, que ecoa sobre a sinfonia ferroviária, dando ordens, decidindo a vida dele e de outros. Escutam mas não o veem. Eles desembarcam correndo no piso superior e seguem rápidos para as catracas libertadoras. Poucos reparam no homem sentado no chão, encostado no canto formado pela parede e a mureta de concreto.
Ele segura o celular com a mão esquerda junto à orelha e fala, fala, fala. Ordens, decisões, orientações. A mão direita segura um ...garfo! Ele roda o talher entre as pernas cruzadas e extrai ...espaguete! Coloca o rolo de massa na boca e continua decidindo a vida pelo celular, não tem tempo a perder.....
José FRID
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