[...]
E mesmo assim Popo nunca estava ocioso. Vivia sempre ocupado, batendo seu martelo, serrando e aplainando. Eu gostava de ver Popo trabalhar. Gostava do cheiro das madeiras - cipreste, cedro e virola. Gostava da cor das aparas de madeira e gostava da maneira como a serragem polvilhava o cabelo pixaim de Popo.
"O que está fazendo, senhor Popo?", perguntei.
Popo sempre respondia: "Ah, garoto! Boa pergunta. Estou fazendo a coisa sem nome".
Eu gostava de Popo por causa disso. Eu o achava um homem poético.
V.S. Naipaul in Miguel Street, A coisa sem nome, Cia das Letras, tradução de Rubem Figueiredo, pág.19
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