ensinar a enxergar
é não ter medo dos símbolos
ver o mundo com olhos de cineasta
ver o cinema com olhos de poeta
saber que a força das operações mágicas
está em sua repetição
e o alto é o baixo e o extremo mal é o bem
saber que sempre existiu – apenas isso – um fio sobre o abismo
e atravessá-lo é o mesmo
que percorrer a cidade
ao acaso
e que o pleno é o vazio
pois também no cinema
há bruxos
grávidos de imagens
explodindo em metáforas e visões
fazendo que a linguagem fale
através das cores
mostrando como achar
as pistas dos caminhos subterrâneos
Cláudio Willer
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