segunda-feira, 2 de julho de 2012

A meu cão




Pacientemente, focinho contra a janela,
meu cão espera por alguém.
Acaricio seu pelo
e também fico à espreita.
Você se lembra ainda, meu cão, desse tempo
em que ao nosso lado viveu, passageira, uma mulher?
Era uma irmã para mim?
Uma esposa para mim?
Por que às vezes me olhava tão inquieta?
Tinha nessas horas o ar de uma menina pedindo socorro.
Ela agora está longe... Você se aquieta.
Nenhuma outra mulher jamais passará por esta porta.
Por mim, tudo está perfeito assim, você e eu juntos.
Só é uma pena que você não beba.


Ievguêni Ievtuchenko, tradução de Mariana Rawet in "risco", "Prosa e verso" - O Globo, 26 de maio de 2012

4 comentários:

Anônimo disse...

Que amigão!

Margarida

Anônimo disse...

Au,au!

Akira

Anônimo disse...

Olá, amigo!
Gostei da poesia, só no final o cara já quer muito, cão bebado é muito pra minha cabeça.
Boa semana com pouca chuva e muito amor.
Beijos no coração.

Marli

Metamorfose Ambulante disse...

Amigo é pra essas coisas!!

E não é um cão bêbado, mas alegrinho!!

Bom fim de semana!!