quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Bonsai - Alejandro Zambra



O pequeno livro - menos de oitenta páginas de texto, com no máximo vinte linhas por página - ganhou no Chile o Prêmio da Crítica e o Prêmio do Conselho Nacional do Livro como melhor romance de 2006. Já foi traduzido na França, Itália, Holanda, China, Israel, Brasil, etc. Será que faz jus a tanto sucesso? Será que as premiações foram merecidas?


O livro é bom, bem escrito, inovador e relata a relação de Julio e Emilia, do começo ao fim e mais um pouco, ou seja, a vida dos dois após o término do relacionamento. O estilo do escritor pega o leitor logo nas primeiras linhas e vai prendendo sua atenção até a última página.


O escritor conta todo o enredo logo no começo do livro: "No final ela morre e ele fica sozinho, ainda que na verdade ele já tivesse ficado sozinho muitos anos antes da morte dela, de Emilia. (...) No final, Emilia morre e Julio não morre.O resto é literatura." Mesmo sabendo a estória toda, o leitor não larga o livrinho, quer saber como as coisas aconteceram. Detalhes, detalhes, que o autor não sonega.


Os dois são estudantes de Letras em Santiago, Chile, e o romance passa pela leitura e/ou citação de muitos livros. Os dois, como é previsível, mentem que leram todo o Proust, fingindo ser uma releitura a leitura conjunta inicial. São meio perdidos, talvez pela confusão de leituras?


Julio chega a escrever um livro só para encantar uma namorada, dizendo que o manuscrito que escreve seria o livro de um autor que ela admira, que ele estaria digitando. Amor ou sexo?


O livro vale a pena ser lido e traduzido para as diversas línguas. Quanto a merecer prêmios ... quais eram os outros romances concorrentes??


José FRID




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