entro na livraria do bobo.
não tenho dinheiro
e tampouco tenho talento para o crime.
desfilam ante meus olhos
títulos maravilhosos
moribundos de tanto estar
nas prateleiras.
roube-nos, dizem eles.
não agüentamos mais ficar aqui
na livraria do bobo.
quem acreditaria
nesta versão dos fatos?
ajudem-me, maragatos
nesta hora afanérrima
de uma libertadora paupérrima
de livros.
retumba meu coração. retumba
mais que a bateria do salgueiro.
treme o corpo por inteiro
e as mãos já suam em bicas.
ganho a rua, as mãos vazias
e os livros gritam: maricas.
Angélica Freitas in "Rilke Shake", 7 Letras - Cosacnaif
Para ler mais poesias da Angélica Freitas clique aqui!
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8 comentários:
linda e triste poesia...
por que será que ela não tinha dinheiro para comprar ao menos um livro?
abraços,
ervin
Pelo perfil dela, ela é uma leitora voraz, ou seja, já comprou todos os que podia comprar, mas ainda não está satisfeita, falta alguns daqueles "títulos maravilhosos"!
Grande abraço!
bem observado.
uma ótima semana.
ervin
Realidade!
Margarida
Frid !
Livraria é meu ponto fraco !!!!!!!!!!!!!!!!
Abraços, Galvão.
Mas não me vá furtar um livro!!!
Frid,
Coloquei esta poesia finalisando o meu trabalho de TCC
na pós de Gestão Pública que estou terminando. O tema
é Ética e a Administração Pública. Os professores gostaram.
Obrigada,
Janete
05/11/2012
Fiquei contente que a poesia tenha sido útil. Eu gostei dela exatamente pelo dilema moral narrado, finalizado pelo "maricas".
Quantas vezes agimos certos e as pessoas não dizem que somos bobos, maricas?????
Um abraço
FRid
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