Rua nas cercanias da Praça da Sé.
Ela vai à frente, rápida, decidida, segura. Ele atrás, cabeça baixa, tenta acompanhar seus passos com medo de perdê-la.
Ela encara os passantes, oferecida. Ele disfarça, encolhido. Vejo os dois, captei a transação, estou acostumado com isso por ali. Ela me vê e, sem parar, passa por mim e fala:
- Dê trinta minutos e me encontre no balcão. Estarei pronta esperando você, gostoso.
Surpreso, paro próximo à porta do hotel. Ela entra, cumprimenta o caixa do balcão, pega a chave que ele lhe dá e sobe a íngreme escada de madeira.
O cliente viu, lá de trás, ela falando comigo e, parando ao meu lado, pergunta:
- Pago para você?
Sorrio. Virei cafetão.
José FRID
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