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domingo, 8 de novembro de 2015

Considerações sobre seios....


Esperava que, aquela noite, March se demorasse um pouco com ele depois que Banford subisse. Esperava poder tocar seu rosto macio, o rosto estranho e assustado. Esperava poder olhar dentro dos olhos dilatados, escuros e assustados, olhar dentro deles bem de perto. Esperava até talvez pôr a mão no busto dela e sentir os seios macios sob a túnica. Com esses pensamento, o coração dele bateu fundo e forte. Ele queria muito fazer isso. Queria conhecer os macios seios sob a túnica. Ela sempre usava o casaco de linho pardo abotoado até o pescoço. Que os suaves seios femininos ficassem sempre abotoados debaixo daquele uniforme parecia a ele um segredo perigoso. Parecia-lhe também que eles deviam ser muito mais macios, tenros, gostosos e delicados do que os de Banford, guardados sob blusas finas e vestidos leves. Com aquela fragilidade, rabugice e delicadeza, Banford devia ter seios pequeninos de ferro, pensou ele. Mas March, sob a túnica grossa e justa de trabalhador, devia guardar seios tenros e brancos, brancos e inéditos. Ao pensar nisso, o sangue dele ferveu.


D.H.Lawrence in Apenas uma mulher e outras histórias, BestBolso, 2015, pág.59 

(tradução de José Veiga e Maria Célia Castro)

Dilema masculino

Ficaram calados por algum tempo, ele segurando as mãos dela, mas sem ir além. Desde que ele percebera que ela era mulher, vulnerável, e acessível, uma certa relutância entrara na alma dele. Ele não queria consumar o amor com ela, e fugia desses pensamento quase que com pavor. Ela era mulher, vulnerável, e acessível a ele finalmente, e ele se retraía da possibilidade que estava à frente.Era uma espécie de treva que ele sabia que devia atravessar finalmente, mas na qual não queria nem pensar por enquanto. Ela era a mulher, e ele era responsável pela estranha vulnerabilidade que subitamente ele percebera nela.




D.H.Lawrence in Apenas uma mulher e outras histórias, BestBolso, 2015, pág.66 


(tradução de José Veiga e Maria Célia Castro)