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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022
domingo, 27 de março de 2022
Amores
...Eu o amava! Como o amava! Talvez não importa tanto assim o que se ama nesse mundo. Mas é preciso amar algo. Claro que sempre tive minha casa e meu jardim, embora, por alguma razão, nunca foram o suficiente. As flores reagem maravilhosamente, porém não têm empatia. Então, amei a estrela da tarde. Parece tolice? Costumava ir ao quintal depois do pôr do sol e esperar até que ele começasse a brilhar acima do eucalipto sombrio. Costumava sussurrar: "Aí está você, meu querido". E nesse exato momento parecia brilhar só para mim. Parecia entender essa... algo semelhante à nostalgia, mas que não é nostalgia. Ou lamento - tem mais a ver com lamento. Mas lamentar o quê? Tenho muito mais a agradecer.
... Mas, quando ele entrou na minha vida, esqueci da estrela da tarde; não precisava mais dela. Foi estranho. Quando o chinês apareceu à porta vendendo pássaros e levantou-o na sua gaiola minúscula, em vez de revoar, revoar, como os pobrezinhos dos pintassilgos, ele soltou um piozinho fraco e eu me peguei dizendo, como já havia dito à estrela acima do eucalipto: "Aí está você, meu querido". A partir desse momento, ele era meu.
Katherine Mansfield in A mosca e outras histórias, Lafonte, tradução de Otavio Albano, pág. 62.
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quarta-feira, 23 de março de 2022
Frésia feliz!
Uma grande abelha, uma camarada peluda e dourada, rasteja para dentro de uma frésia e a delicada flor se curva, oscila, balança; e quando a abelha voa para longe, continua a tremular como se risse. Flor despreocupada e feliz!
Katherine Mansfield in A mosca e outras histórias, Lafonte, tradução de Otavio Albano, pág. 58.
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quarta-feira, 4 de agosto de 2021
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
Haicai de Leminski
acabou a farra
formigas mascam
restos da cigarra
formigas mascam
restos da cigarra
Paulo Leminski in La vie en close, 1995, p. 174
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quinta-feira, 28 de novembro de 2019
No aquário....
E vamos para o aquário, onde uma cunhã me dá a receita imediata do peixe que estou vendo - o Tamoatá - :"pega ele, corta em porções, salga, tempera com todos os temperos, aí põe ele pra pegá um molhozinho, e, quando ele está quase que molha, aí despeja o tucupi".
O peixe detestou ser "receitado" e eu saio lambendo os beiços. Visito a piranha-caju, o acará, o peixe disco - que fotografei-, o pacu branco, o lindo-feio apaiari, o peixe borboleta, o jacundá-pitanga - de cores estranhas e de águas lentas e paradas, onde fica oculto entre as plantas das margens, esperando qualquer ser vivo que passe...Chuóóópt! Ictófago, o bestalhão! Antropophagie.
Roberto Bicelli in Ego trip, Virgiliae, pág.217
segunda-feira, 8 de abril de 2019
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