Curitiba, sábado, trinta graus, sol a pino, centro histórico.
Depois de um "safári" fotográfico a pé pela cidade (fotos em breve aqui), com a mochila cheia de livros comprados na banca de saldos da Livraria Curitiba (a única liquidação que me pega são as das livrarias), entro no Memorial de Curitiba, uma construção moderna para exposições, shows, teatro, etc. A maioria das paredes externas são de vidro, permitindo total integração entre os prédios históricos vizinhos e o centro cultural.
Dou uma geral para conhecer o local, bonito e engenhoso, com riacho artificial interno correndo sobre leito de pinhões de cerâmica, mural gigantesco com a história do Brasil - inclusive caravelas, índios, imigrantes - etc. e tal. No segundo andar, uma exposição de objetos de "arte" feitos com lixo reciclado, principalmente vidro, pastilhas e cacos de louça e cerâmica. De lá pude ver o prédio lindeiro, o Restaurante do Alemão, mesinhas de madeira escura, ao ar livre, um boneco vestido a caráter, com caneca espumando na mão. São 14 horas, almoçar pega bem. Será ali, decidi. Uns chopes, umas salsichas, batatas, umas costeletas de porco, chucrute, coisas leves assim.
Escolho uma mesa sob as árvores, o sol está senegalês (e a previsão era de dia nublado, sujeito a chuvas e trovoadas), peço logo um chope e o cardápio. A primeira coisa que chama atenção no cardápio é um chope "carioca". Pergunto ao garçom o que venha ser tal tipo de chope: "É mistura de branco com escuro", diz ele. Penso cá comigo: desde quando se bebe chope "carioca" no Rio de Janeiro? Isso é coisa de interior, não de beira-mar. Relevo, e continuo analisando o cardápio. E esse chope com nome alemão impronunciável? "É chope claro com zimbro, um digestivo". Pergunto se é bom. "Sim, é chope com destilado". Traga um, comando. Na lista dos "líquidos" ainda encontro um chope "submarino", esse eu conheço de priscas eras, um copinho de stanheguer (será que se escreve assim?) emborcado dentro de uma caneca de chope. Bom, mas pega!
Agora a parte de comer. Nada com páprica, nada de carne de porco, exceto seu joelho. Lingüiça branca, salsicha vermelha, carne de onça com broa ,,,, Chamo o garçom novamente: "carne crua fatiada sobre pedaços de pão escuro, com molho com cebola, alho, etc.", ele explica. A carne não é de onça, mas o bafo que vai ficar sim! Prosseguindo, mais abaixo, um "pato com laranja" (isso será alemão?), um peixe que parece insosso e depois um "marreco recheado". Marreco, nunca comi um, deve ser bom. Acompanha repolho roxo, purê de maça, salada de batata, alface, tomate, etc. O garçom diz que é uma boa escolha mas que o prato dá para dois. Estou sozinho, o preço é de prato para um em São Paulo, então sem problemas: que venha o marreco!
E o marreco demora, e está muito quente, e o chope vem rápido, o que fazer? Relaxar e gozar, como prescreveu a ministra.
E a ave chega numa travessa redonda enorme, subdivida em setores radiais, com o purê de maça no círculo central. Uma montanha de pedaços de marreco e seu recheio. É hora do trabalho, vamos lá. Um pouco de repolho roxo - delicioso, meio docinho, batatinhas ao vinagrete - no ponto para acompanhar o chope, marreco - muito bom, tenro, bem temperado, tomate, marreco, batata comum, marreco, recheio do marreco - espetacular!, purê de maçã, marreco, recheio do marreco, tira a pele do marreco, purê da maça, batatinhas, marreco, marreco, marreco, batatinhas, ....... depois de horas o trabalho está concluso, sobraram ossos e umas folhas de alface, que podem não cair bem.
Pronto! Já estou prontinho para correr amanhã, depois de uma sesta, é claro. Fiz a hidratação, ingeri carboidratos, proteínas, fibras, vitaminas, etc., como recomendado. Mais uma caminhada até o hotel e a preparação física estará completa. Quem venha a maratona!!
José FRID
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