sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A maior da cidade!


– Salve a maior bunda de Curitiba!!

Como homem não presta mesmo, todos os espécimes masculinos da praça se mexeram para ver quem recebera título tão marcante.

A pretensa dona da maior da cidade sorriu, esfuziante, e cumprimentou, com aqueles beijinhos "falsos" que as mulheres costumam trocar sem se tocarem, a dona de uma barraca de artigos artesanais natalinos. Percebendo o interesse masculino, ela se pavoneou exibindo seus atributos físicos, meio que querendo provar que fazia jus ao título.

Ela era morena alta, pernas longas, nem feia nem bonita, seios pequenos, aquilo não tão grande que merecesse o título. Como não chegava a ser uma Viviane Araújo ou uma Sheila Carvalho (ou Melo), famosas pelas suas abundâncias, e vestia uma calça jeans que nada revelava, os homens, sempre muito ocupados, menearam as cabeças e foram cuidar dos seus afazeres.

Eu, relativamente ocioso, já com o kit de corrida na mão, resolvi fazer um rápido estudo sociológico da cena. Por que a barraqueira tinha intitulado a da outra de a maior da cidade? Seria só para agradar-lhe? A dona do título orgulhava-se de seus atributos físicos? Ela tinha sido premiada em algum clube ou escola de samba? Ou as duas eram "sapatonas"?

Estava imerso nessas questões quando reparei melhor na terceira mulher da cena. Tinha chegado junto com a pretensa campeã, sorrido junto com ela e aprovado o seu título. Seu corpo parecia uma moringa, um rosto pequeno que acentuava a parte inferior do corpo. E então percebi o alcance real da frase pronunciada pela comerciante.

Caso fosse avaliado apenas o quesito de tamanho, quem mereceria o título, na verdade, seria essa terceira mulher, proprietária de enorme, bota enorme nisso, retaguarda. Tão grande de dar complexo. Mas nem um pinguinho sensual.

Aí estava a resposta. Certamente não havia nenhum tipo de relacionamento emocional entre as duas primeiras mulheres. A barraqueira, com a habilidade inata das mulheres, acentuada pela sua profissão, chamava a atenção para a morena, que certamente se orgulhava de seus atributos físicos, ajudando a outra a passar desapercebida, a aceitar sua condição. Uma só frase, duas mulheres felizes.

E uma terceira no rumo da felicidade, com o resultado das vendas de natal.

José FRID

Um comentário:

Anônimo disse...

Verdadeira três em um!!!