1) Tá um calor absurdo em Pequim, uma poeirada danada e minha rinite alérgica explodiu. Mas duro mesmo é perceber que, numa cidade que se diz READY para as Olimpíadas, é um sacrifício achar uma cerveja ou refrigerante gelados nos bares.
"Ah, mas beber água na temperatura ambiente (30 graus neste início de verão) é bom para saúde, segundo a Medicina Tradicional Chinesa, e blá blá blá", dizem os chinas. Ora, me poupe. De que adianta os chineses virem com esse papo de água em temperatura ambiente se fumam feito uns loucos e parecem umas locomotivas? Me dá minha cerveja gelada e não enche o saco.
2) Vários barzinhos de calçada de Pequim começaram a ser fechados pelo governo da cidade numa espécie de "operação maquiagem" para as Olimpíadas. Não tem nada mais tipicamente pequinês (e isso me lembra os botecos do Rio) do que o povo nos barzinhos de calçada, especialmente nos hu tongs, fazendo um churrasquinho na brasa, bebendo Tsingtao, as chinesas de shortinho e os homens de camisa enrolada até o peito (ok, a visão do barrigão chinês não chega e ser uma visão lúdica, tanto quanto os cambitos das chinesas, mas tá no clima). Mas é a cara da cidade e não sei bem que tipo de imagem o governo chinês quer passar para os turistas.
3) O terremoto ainda rende na mídia estatal em viés nacionalista-abobado. Como as pessoas já pararam de morrer e todos os médicos, bombeiros, soldados e dirigentes do Partido Comunista da China já foram devidamente homenageados, agora é a vez dos pilotos de helicópteros, que "arriscaram suas vidas em manobras ousadas para salvar outras vidas". Manobras ousadas? Como assim? O problema era terremoto ou furacão? Cansaço....
4) Entro no elevador com o nariz entupido, os olhos escorrendo e um chinês entra atrás de mim com o cigarro aceso. Até o nono andar. Putz. Depois a gente dá um soco na cara do sujeito e a mídia estatal vem dizer que os estrangeiros estão ferindo o sentimento do povo chinês.
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