abro a porta
espero
dou o primeiro passo
entro na escuridão
habituo-me aos poucos
aos contornos escassos
das coisas sem vida
tropeço duas vezes
nos despojos deixados
pela tua jornada
encontro com os dedos
a pálida luz
de cabeceira
(à borda da cama
existe um abrigo)
se a cama estiver vazia
passarei acordado
a noite por inteiro
(procuro
o teu quarto escuro.
tu não és a minha sombra)
(João Miguel Henriques, poeta português)
Nenhum comentário:
Postar um comentário