"Polônio: O que está lendo, meu Príncipe?
Hamlet: Palavras, palavras, palavras."
"Um erro, a meu ver, é encarar a leitura exclusivamente como fonte de entretenimento. Há, claro, os livros que foram escritos precisamente para esse fim, mas não se pode esperar sempre recreação ou passatempo quando se reconhece que muito da verdadeira literatura foi criada por grandes autores identificados como loucos, suicidas, heréticos, sonhadores, rebeldes e céticos, cujo objetivo ao escrever era nos impacientar e provocar nossa úlcera. Assim, tendo os grandes escritores a vocação da infelicidade, gostar ou não gostar do que se lê não pode ser o árbitro do que é um bom ou mau livro. "Gostar do que se lê" é muito diferente de "gostar de ler".
Agora, escolher um livro pode ser tarefa penosa se partimos da proposta "escolha um autor como se escolhe um amigo". Que amigo recomendaria, levaria à cabeceira, ao banheiro?
Ler não é apenas decifrar o código ou interpretar os signos. Ler requer inteligência. Captamos os dados e organizamos o que apreendemos. Exercitamos a capacidade de percepção e abstração e vivemos o que lemos. Há que se ter discernimento. Emocionamo-nos, evoluímos ao ler. Mas há aqueles que não leem de jeito nenhum. O que a literatura pode fazer por estes? Um atalho? Li uma possível resposta na Newsweek: "O que a literatura pode e deve fazer é mudar as pessoas que ensinam as pessoas que não leem" (A. S. Byatt, 5 de Junho de 1995). Mudar os mestres!"
Vitória da Conquista, 22/7/2008
COMENTÁRIOS DO FRID: ESTOU LENDO SÊNECA - APRENDENDO A VIVER. ESTOU GOSTANDO, MAS ELE NUNCA SERIA MEU AMIGO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário