sábado, 4 de outubro de 2008

Pequena felicidade


Outro dia, cerca de um mês atrás, ganhei de uma empresa uma caneta esferográfica simples, tipo "bic", tinta azul, com discreta publicidade em branco, mas com o corpo e a tampa, transparentes, na cor vermelha viva. Amor à primeira vista.

Desde então ela tem me acompanhado todos os dias. Ela se destaca nas minhas mesas de trabalho, contrastando com o branco dos papéis espalhados. Preenche meus "Sudokus", assina meu nome, anota meus compromissos na agenda, escreve aquelas mal traçadas linhas .... Viaja no bolso da calça, pois tenho vergonha de carregá-la no bolso da camisa, por ser muito chamativa. Não gosto de emprestá-la e, quando não consigo evitar tal gesto, fiscalizo rigorosamente seu uso, para ninguém morder sua tampa nem levá-la embora por "descuido". Conheço esses "descuidos"!

Agora, na quinta passada, ao sair do escritório, apressado como sempre, já na rua, procurei no bolso da calça um papel com anotação do endereço para onde me dirigia. Na pressa fiz um movimento brusco, ou esbarrei em alguma pessoa, e senti a caneta saindo do bolso. Apalpei a calça e constatei que ela não estava nos bolsos. Parei e olhei para trás e não a encontrei. Alguém pegou? Foi chutada na rua cheia? Caiu em algum buraco? Fiquei muito chateado com a perda, mas não podia ficar ali parado. Compromissos e a rua cheia não deixavam. Andando, fiz uma "prece" de perda, que ela fosse feliz com o novo(a) proprietário(a).

Na sexta fiquei enrolado: que caneta usaria? Experimentei várias, mas todas não me satisfizeram. Amuado, toquei o barco, "La nave vá".....

Hoje, agorinha mesmo, fui procurar um fax na minha "mala-escritório" e quem (é "quem" mesmo, e não "o que", coisas queridas são "gente") eu encontro na parte lateral, na bolsa externa? Sim, ela, a maravilhosa, a divina, a cintilante e rubra caneta!! Que alegria!!

Examinei-a, está intacta. Como foi parar ali? Deve ter caído do bolso e, por um milagre, entrou nessa bolsa lateral cujo zíper está quase sempre aberto. Peguei um sudoku do Estadão e rapidamente o resolvi. É ela, sua inspiração. Anotei algumas bobagens na agenda. Comecei esse texto .....

Felicidade é feita por pequeninas coisas, não??

José FRID

4 comentários:

Anônimo disse...

Fui precipitado pois antes de terminar de ler o texto já fui levantado e me dirigir ao armário onde eu guardo uma pequena caixa, com uma boa quantidade de canetas, que eu ganhei de brinde. Iria te presentear com uma das canetas, pois elas me trazem uma certa frustração, pois esperava ganhar um bom Vinho ou um 12 anos, ai vem a decepção, canetas. Vi ai a oportunidade de me livrar desta permanente e frustante decepção.
Pena que voltei a ler o texto e vi que não vai ser desta vez que vou me livrar de um exemplar.

Quando perder a caneta favor me avisar ok.

S. da C.

Anônimo disse...

Impressionante como nos apegamos a coisas tão banais!
Esse seu exemplo, de apego a uma caneta, eu mesmo já vivenciei vários casos tão parecidos!
As perdas nos desconcertam e nos incomodam...
Sofremos com isso!


Um abração do

A.

Anônimo disse...

Oi, Frid!
Com certeza a felicidades é feita de pequeninhas coisas, uma delas é rir muito dos emails que os amigos nos enviam, alguns nos mandam umas piadas legais mesmo e outros ensinamentos profundos para alimentar a nossa alma.
Boa semana.
M.

Anônimo disse...

Ah! Adorei o texto sobre sua
caneta! Eu tenho exatamente a mesma coisa!!! Só me inspiro quando uso
minha caneta tinteira que não mancha mão de canhoto que eu encontrei por acaso no meu trabalho, tb vindo de alguma empresa qualquer. Pena que já está acabando a tinta... ainda não sei o que vou fazer. Pensei em procurar a tal empresa... hehehe

D.