sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A sombra paterna na obra de Hilda Hilst


- Que azar! Essas foram as palavras do poeta Apolonio Prado Hilst ao constatar que sua mulher Bedecilda Cardoso dera luz a uma menina. Tempos depois, o casal se separa. Mãe e filha mudam-se para São Paulo e Apolonio, então com 35 anos, é internado em um sanatório na região de Campinas, vítima de esquizofrenia. Aquelas palavras do pai motivariam a jovem Hilda a dissuadi-lo. "Meu pai foi a razão de eu ter me tornado escritora. Eu tentei fazer uma obra muito boa para que ele pudesse ter orgulho de mim", declarou certa vez a poeta. Pena Apolonio não ter lido os primeiros versos da filha. A loucura o havia consumido.

A poeta, que tematizou Deus, a morte e a transcendência, partiu na madrugada do dia 4 de fevereiro de 2004. "Não sei se vou encontrar o papai. Eu queria tanto ficar com ele... ele era lindo."


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