Um autor teatral lê aos actores escolhidos, uma peça de teatro em três actos, supostamente dramática e erudita. Todos acharam, no fim da leitura, que seria um êxito garantido. De tal forma que, feita a apresentação, os artistas saíram eufóricos.
Ao jantar, nesse dia, o actor principal diz à sua namorada: 'Uma peça magnífica! Uma história soberba, digo-te! Tudo à volta de um rapaz humilde, mas empreendedor (é o meu papel),
A actriz, por seu lado, diz à amiga: 'Espantosa esta minha nova peça, sabes? É a sobre uma herdeira (sou eu que faço esta personagem) de um enorme complexo fabril que, embora apaixonada por um indivíduo, simpático é certo, mas...'
Outra actriz, confidencia à empregada da loja: '
Um outro actor, este já mais entradote, ao jantar, diz à mulher: '
E este, aquele e mais outro actor e actriz da peça, lá vão falando, mais ou menos assim, sobre a dita peça destinada ao sucesso...
Um desses actores, cujo papel era de criado, conta assim o que vai ser a dramática peça que não tardará a estrear: 'É uma peça estrondosa! Com muita classe, muita profundidade no tema, vocês vão ver! Trata-se da história de um criado, um criado mas com muita classe, muito estilo, distinto e com aspecto impecável (eu é que sou esse criado!). Trabalha em casa de uma família riquíssima, de influências. Claro que se vão sucedendo algumas peripécias, mas sem grande importância para o caso, a maioria delas por causa de problemas de família e coisas assim. Mas, já perto do final do terceiro acto, quase a terminar a peça, aí sim, há um momento crucial! É precisamente o momento em que eu entro na sala, onde estão todos reunidos e digo: senhores!, o jantar vai ser servido!... '
(Do blog "Coisas do Arco da Velha")
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