sexta-feira, 26 de junho de 2009

Para entender o apoio do Lulla ao Sarney e chorar de raiva

Você quer entender por que o Lulla apóia o Sarney? O Severino Cavalcanti? O Renan Calheiros? O Palocci? Por que ele critica a imprensa que revela os podres dos políticos? Leia a entrevista abaixo e entenda porque o seu presidente nunca sabe de nada, nunca viu nada, acha que existam pessoas que não são comuns e por isso não devem ser julgadas, e sempre dá apoio aos políticos pegos "de calças curtas":


Entrevista com Leôncio Martins Rodrigues – professor titular de Ciência Política na USP e Unicamp, autor de vários livros sobre os partidos e membro da Academia Brasileira de Ciência:

Como explicar tantos escândalos no Congresso, que culminaram com os "atos secretos" e o desgaste do presidente da Casa, José Sarney?

O explícito apoio do presidente Lula – que assim paga a força que lhe deu Sarney no mensalão – configura a união de duas elites. O líder das oligarquias tradicionais do Nordeste junta-se ao líder das novas classes ascendentes.

Não é estranha, essa fusão entre classes historicamente contrárias?

A união foi possível porque os "novos" aderiram rapidamente ao projeto dos "velhos", de fazer da política uma escada para obter proveitos pessoais, enriquecimento e desfrute puro e simples do poder. É algo de fato original. Entre nós, a ascensão dos plebeus não significou a expulsão dos velhos oligarcas. Eles se entenderam, e chegamos aonde estamos.

O sr. imagina quando o País verá a luz no fim do túnel?

Confesso que não vejo saída a curto prazo. Os que poderiam mudar não tem interesse nisso. Reina a solidariedade entre toda a classe política. Mas há uma coisa que eles temem, a única: é não se reeleger. Portanto, só no longo prazo, com a educação do eleitorado, podemos esperar algo novo.

Por falar em massificação, como o sr. vê o futuro, entre nós, da democracia representativa?

Do ângulo da participação, diria que houve um aumento da democratização. Do ângulo do funcionamento, o progresso já não é tão evidente – a maioria do eleitorado não se vê representada pela classe política. Nesses aspecto, a massificação do jogo político não trouxe progressos à democracia. Como já disse, os ex-plebeus que ascenderam prometendo combater as práticas corruptas adotaram essas mesmas práticas rapidamente.

(Publicado em 22 de junho de 2009, Caderno 2, Estadão)


(Grifos meus)


José FRID

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