Saio do restaurante com o bolso cheio de moedas. Um real e setenta e cinco centavos para ser exato. Ando pela Quinze e elas vão tilintando. Pareço um chocalho ambulante. Como resolver esse problema musical? Investir a grana na doceira!
Calculo mentalmente que dez paçoquinhas da boa custam um real e cinqüenta centavos. Com mais uma sobram dez centavos, valor justo para uma pequena goiabada.
Loja lotada, entro logo na fila para pagar. Tudo que quero está lá mesmo, nos potes plásticos. Devagar, chega a minha vez. A atendente é nova. Melhor explicando, ela é mais velha que as de costume, mas nova na loja. Faço meu pedido. Ela pega um saco de papel e começa a contar as paçoquinhas na minha frente.
Vejo que ela se engana e coloca no saco doze unidades. Delicadamente eu a alerto que são onze. Ela não acolhe bem minha ressalva e retruca em voz alta que sabe que são onze, colocando mais uma no saco, Complementa com a goiabada e rapidamente fecha a embalagem com mãos firmes. Põe o saco sobre o balcão e olha para mim esperando o pagamento. O olhar é de ódio. Lanço as moedas sobre o balcão e tento reiniciar a conversa sobre as onze unidades. Ela me ignora contado as moedas e, ríspida, diz que está certo."Próximo", chama. As pessoas se impacientam atrás de mim. Desisto.
Saio da loja meio constrangido, com a impressão que roubei algo. A culpa era minha? Errei ao não insistir em alertá-la sobre o seu engano? Deveria contornar seu mal-humor e explicar que ela tinha contado errado?
A diferença era de trinta centavos. O dono é que arcaria com o prejuízo, ele mesmo culpado em contratá-la. Deveria agüentar a reclamação da fila e esvaziar o saco, mostrando o erro da dita cuja? Sigo meu caminho e divido o botim com os colegas de trabalho.
Honestidade tem limite?
José FRID
5 comentários:
Frid
Somos sempre honestos mas em nosso Pais, todo querem levar vantagens, mas as pessoas também não reconhece os seus erros.
A honestidade nunca tem limite nesta vida.
Por este motivo, somos muito real em querer sempre ajudar.
Um grande abraço.
J.
Por que você não dá a paçoca pra Amy?
Se é que ela continua no sofá.
E.
Não sobrou uma!
Caro Frid:
já me ocorreu algo semelhante, mas em supermercado, só que pra menos. Reclamei e
a caixa teve de checar cada produto, mas, claro, sob o olhar atravessado dos
outros na fila.
Já ocorreu de troco a mais, que alertei, devolvendo a quantia que eram de quase
7 reais, se não estou enganada, Escutei alguém falar, que se fosse com ele, não
reclamaria de nada, pois o erro não seria meu.
Há duas semana, fui ao Grill Restaurant, que fica no Conjunto Nacional - caso já
não o conheça, vale a pena, especialmente pela mesa de saladas e frios, com
queijos de vários tipos.
Bem, voltando, ao verificar minha conta, percebi que estavam me cobrando a menor
R$12,00, devido ao lançamento errado do prato pedido.
A caixa me agradeceu, mas a turma, que estava atrás, disse que ela teve sorte,
pois se fosse um deles, não iriam mesmo alertar sobre a cobrança a menor.
Informei-os que, caso não soubessem, quem iria bancar com a diferença, seria a
pessoa que estivesse no caixa.
Voltando ao seu caso, fosse fez o que deveria fazer, mas não temos como
controlar a ignorância dos outros.
Abs,
Z.
Garotinha honesta!
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