Lá se vai a casa
cheia de medos da infância
e malas confidentes.
Os caminhos a levam.
Da viagem
o cansaço acomoda
panelas, móveis
e minha coleção de selos.
O assoalho geme à falta de intimidade.
A noite cuida do meu quarto:
olhos sonolentos tropeçam
na áspera parede de chapisco
- montanhas intransponíveis.
Amanhã saberei teus cheiros,
tua voz e o segredo de tuas cores.
Hoje não tenho a chave da porta.
AUGUSTO SÉRGIO BASTOS in "rascunho - o jornal de literatura do Brasil"
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