Mulher larga filho, casa e mãe para morar com flanelinha num buraco em galeria de águas pluviais na beira da praia de Iracema – Fortaleza – Ceará.
Dormem em cima de uma táboa apoiada na pedra. Risco de afogamento constante.
Exemplo de amor extremado ou loucura???
Ou isso é típico das mulheres??
Você tomaria essa atitude por amor?
O amor existe??
José FRID
Veja abaixo a reportagem publicada no Jornal O Povo de Fortaleza:
A companheira de buraco
Por Yanna Guimarães
Quando começou a primeira chuva do ano (de 60 milímetros, dia 21 de janeiro), o flanelinha Alexsandro Araújo, o Tigrão, estava dormindo. Sua "cama", uma tábua apoiada em uma cadeira de plástico, foi destruída pela força da correnteza. Nem mesmo no período de quadra chuvosa, ele deixa sua "casa", uma das galerias pluviais da avenida Historiador Raimundo Girão. "Eu quase morri. Tive que me segurar na tubulação pra não ser levado". No último dia 21 de outubro, O POVO contou a história de Tigrão, que preferiu morar numa galeria a dormir na rua. Quatro meses depois, o flanelinha continua morando lá, apesar dos grandes riscos de enchente.
A diferença é que agora Tigrão tem companhia. A namorada Maria Fernanda, 28, começou a morar com ele há um mês. Como a cadeira foi levada, eles agora apóiam uma tábua - maior que a antiga, pois precisa suportar dois - em uma pedra. Ela morava com o filho, a mãe e o padrasto em uma casa pequena, próxima à avenida Monsenhor Tabosa. "É difícil deixar o conforto de uma casa pra vir pra cá, mas não dava pra ele ir morar comigo. Não cabia. A companhia dele vale o esforço, me sinto segura com ele, mesmo lá embaixo". Como ainda não conseguiu um emprego fixo, ela trabalha com Tigrão vigiando os carros. "A gente consegue o dinheiro do almoço e do jantar. O que sobra vai pros nossos filhos. Não dá pra juntar e tentar morar de aluguel".
Tigrão e Fernanda já passaram muitos "aperreios" desde que começou a chover. Na chuva da última quarta, ele estava na galeria. "Faltou meio metro pra encher tudo. Outro dia, a água foi tão forte que, se a gente colocasse os pés no chão, a água carregava a gente". A entrada que ele usava antes para chegar ao seu local de dormir foi fechada por causa das obras de reforma do calçadão da Praia de Iracema. Ele agora está entrando pela passagem que leva às águas da chuva ao mar. "E eu só consegui entrar por lá porque a maré tava muito forte e desentupiu a passagem".
Pela nova entrada, Tigrão não precisa mais mergulhar para chegar na galeria onde dorme. Mas quando a maré está cheia, ele não consegue sair de lá. "É bom e ruim. Mas se vier uma enchente mais forte que as últimas, não tem mais como escapar. Antes dava pra sair pelo buraco no calçadão. Agora, a distância ficou bem maior". O flanelinha conta que, depois de a matéria ser publicada, uma equipe da Prefeitura foi conversar com ele. "Disseram que eu poderia dormir no abrigo. E não voltaram mais. Eu quero mesmo é uma casa. Tenho medo, mas aqui, pelo menos, ninguém mexe com a gente". No poder público, Tigrão não tem mais fé.
Uma noite, quando estava com muita sede, Tigrão bebeu a água da galeria. "Só bebi porque tava com muita sede. É bem docinha. Pedi pra Deus pra não me fazer mal. E não fez".
Ele conta que todo dia Deus abençoa e eles conseguem almoçar e jantar. Uma pousada próxima a esquina onde ele trabalha dá o café da manhã todos os dias.
9 comentários:
Prezado
tudo é valido, para o grande Amor.
Vamos fazer à próxima Novela da Globo, estou pensando nisso.
Abraços;
J.
Você é um romântico!!
Que venha a Globo!
FRID
Para mim é pura burrice.
S.
Para mim é pura burrice.
S.
Coração de pedra!!
FRID
MALUCA!
N.
Outra com coração de pedra!! Cadê as mulheres românticas???
FRID
Vamos começar pela pergunta mais fácil: não, isso não é típico somente das mulheres, talvez somente mais frequente.
Conheço um "cabra" que largou a mulher com filho de dois meses pra ir morar com outra, mais feia e mais sem graça que a mulher. O conheço do trabalho, e quando me contaram essa história (há uns três anos atrás) o filhinho já estava com três anos. Ele é do concurso anterior ao meu, então já está na secretaria há 12 anos. Parece que ele sempre acolheu o filho, mas largou a mulher assim mesmo pra ficar com a outra, que agora é a oficial. "LOUCO AMOR"
E o outro, meu padrinho de casamento (na realidade convidei o casal, mas a minha amiga era mesmo ela), que foi com a mulher (minha amiga) morar na Bahia, por 4 anos (de novo, outro concursado, esse da Receita Federal). Quando puderam voltar pra São Paulo, escolheram São Sebastião, e ela que estava tentando arrumar emprego novamente, começou a estudar pra concurso, também, e ficou morando um tanto no litoral e outro tanto em Sampa. Não é que esse "cabra" conhece uma "cabrita" lá em Sãnsebá e se apaixona perdidamente por ela. Ele se entregou de corpo , alma, e tudo mais pra guriazinha que tinha uns 15 anos menos que ele. E simplesmente largou casa, trabalho, sono, amor próprio, tudo pra viver esse louco amor. Claro, depois de um tempo, voltou a trabalhar normal. Ainda hoje, ele está com a guriazinha. Todos, numa situação dessas, sempre especulam que o cara, mais cedo ou mais tarde, vai acabar "levando um chifre". Acho que isso não aconteceu, e torço pra que nunca aconteça. Minha amiga, hoje, está casada, com dois filhos, moram os quatro em Rio Claro. Firme e forte, fez aniversário ontem. "LOUCO AMOR"
Ah, tem outro. Os dois casados. Ela nunca tinha olhado pra ele. Ele, sempre com cara de lobo-mau. Gracejos daqui, florzinhas dali, ela começou a olha-lo. O cara passava e-mails, torpedos, telefonemas no meio da madrugada. Presume-se que ele fazia toda a corte enquanto sua mulher dormia. Ela, apesar de instigada, começou a se sentir incomodada com o assédio. Depois de muitos acontecimentos, ela colocou um ponto final (no que não tinha começado). Ele, com certeza, teria largado mulher e filhos pra ficar com ela. "LOUCO AMOR"
O amor se confunde mesmo com a loucura. Por alguns períodos pode ser a própria loucura.
Mas como você mesmo diz: tem sua consequencias morais, sociais, econômicas, etc.
E como eu digo: alguns se dão conta disso, outros não.
O amor existe?? Definitivamente, sim.
Mas.... pra cada um é diferente, em cada época da vida é diferente, e com cada par é diferente. Então, não há definição. Ou melhor, existem várias definições.
A última pergunta, mas não menos importante, é muito pessoal, e ninguém vai te responder.
Abraço
B.
PS: a reportagem era sobre o Tigrão e sua moradia, mas você sempre com esse seu lado pessoal...
Gostei da sua resposta longa: amplia o diálogo!
Começando pelo fim: no fundo o lado pessoal é que interessa, o resto são necessidades.
O Tigrão mora tão bem ou tão mal como as pessoas de renda similar, ou seja, no nível de pobreza. E isso não assusta ninguém: não vi na reportagem ninguém oferecendo casa para ele. Ele está esperando dar sorte no programa do Gugu!
A gente passa por milhares de "Tigrões" na rua e vai dormir sossegado em casa. Só quando morrem é que viram notícias: alagamentos, enchentes, desabamentos, incêndios, etc.
Voltando ao assunto principal, o que me interessa é o que levou a "guria" a se infurnar com o cara naquele buraco perigoso. Amor? Talvez.
Ela é até bonitinha, será que não arranjaria coisa melhor? Talvez. Mas não podemos esquecer que ela já tem um filho sem pai.
Das respostas que obtive, só um homem votou pelo amor romântico: "tudo é válido para o grande Amor". As mulheres a consideraram louca ou burra. Cadê as mulheres românticas?
Os seus três exemplos masculinos corroboram o meu amigo do "amor romântico". Homens também têm essas fraquezas da paixão.
Acho que chego no ponto principal: a paixão. Paixão é arrebatadora e leva a mulher até o buraco, e seus amigos a trocarem de mulher.
Amor já é outra coisa, o que vem depois da paixão, ou o que sobra da paixão. Amor constroi, paixão destrói.
Para nossa cidadâ cearense, a paixão é tudo, deixa filho, pais, casa, tudo para trás.
O amor leva um casal até o buraco marinho. A paixão leva a mulher até seu homem no buraco úmido.
Quanto à pergunta irrespondível: ninguém faria por amor, mas por paixão!!
Boa semana!
FRID
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