.......
Salta ao meu redor enquanto saio e caminho pela rua, olho para trás, Sétima Avenida, a muralha de prédios de escritórios com suas janelas, acotovelando-se altos sob a nuvem, altos por um momento como o céu – e o céu acima – um velho lugar azul.
Ou rua abaixo pela Avenida para o Sul, para – enquanto caminho na direção do Baixo East Side – lá onde você caminhou há 50 anos, menina – da Rússia, comendo os primeiros tomates venenosos da América – amedrontada no cais –
......
Nada além do que temos – do que você teve – tão pouca coisa – no entanto, Triunfo
por teres estado aqui e te transformado, como árvore caída ou flor – ligada ao solo – mas louca, com suas pétalas coloridas pensando no Grande Universo, abalada, a copa cortada, folha arrancada, escondida num hospital como um caixote vazio de ovos, trouxa de roupas, amarga - perdida no cérebro lunático da Lua, anulação.
Nenhuma flor igual a essa flor que sabia estar no jardim e que lutou contra a faca – e que perdeu
....
Todas as acumulações da vida que nos consomem – relógios, corpos, consciência, sapatos, seios – filhos paridos – seu Comunismo – "paranóia" nos hospitais.
......
Max padece sozinho num escritório no Baixo Broadway, solitários bigodões sobre relatórios de Contabilidade a noite toda, algo assim. Sua vida passa – como é que ele a vê – e do que duvida agora? Ainda sonhando com ganhar dinheiro ou que poderia ter ganho dinheiro, contratado babá, tido filhos, até mesmo ter achado tua Imortalidade,Naomi?
Logo o verei. Agora preciso continuar – para conversar com você – assim como eu não o fiz enquanto você tinha boca.
...
Assim, telefonei para o Doutor – "OK, leve-a para repousar" – assim, vesti meu casaco e levei-a rua abaixo – No caminho, um garoto da escola berrou inesperadamente – "Para onde vai, senhora, para a Morte?" Estremeci –
E você tapou o nariz com a gola de pele comida pelas traças, máscaras antigases contra o veneno infiltrado na atmosfera da cidade, espalhado pela Vovó –
.....
.... as marcas dos cortes destacando-se na gordura como horríveis zíperes grossos ...
....
Estranhas profecias, de novo! Ela escreveu – "A chave está na janela, a chave está na luz do sol na janela – Eu tenho a chave – Case-se Allen não tome drogas – a chave está entre as barras, na luz do sol na janela.
Allen Ginsberg in "Uivo, Kaddish e outros poemas", L&PM, tradução de Claudio Willer
Nenhum comentário:
Postar um comentário