Numa noite de verão,
com luar poderoso,
colhi Sauvignon
nesta última propriedade,
em San José, perto de Montevidéu.
Depois da meia-noite,
os trabalhadores chegam de ônibus,
ceiam
e vão para o campo.
Chapéu de mineiro na cabeça,
luzinha ajustada para o vinhedo
e paciência com a tesoura,
cacho por cacho,
íamos depositando
com cuidado de berçário,
as uvas nas nossas cestinhas.
Partilhar o mate quente
e admirar aquele bando de
vaga-lumes humanos
catando suas uvas
fez pensar como um vinho assim,
com todo o trabalho envolvido,
pode custar tão pouco
e não ser intensamente desejado.
José FRID
(Poesia alheia com base em artigo de Luiz Horta "Noite em branco", publicado no caderno Paladar do O Estado de São Paulo, 29 de abril de 2010, p.6)
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