quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Conversa de botequim .... com Noel Rosa


Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do fute..bol


Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão,
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas,
Um isqueiro e um cinzeiro


Seu garçom faça o favor de me trazer depressa...


Telefone ao menos uma vez
Para três quatro quatro três três três
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empresta algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro,
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure esta despesa
No cabide ali em frente
Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do fute..bol


NOEL ROSA (com Vadico)



Clique
aqui e ouça na Rádio Batuta do IMS - Instituto Moreira Salles um excelente documentário, feito por Francisco Bosco, sobre o grande Noel Rosa, que estaria completando cem anos em 2010.


"O mérito de Francisco Bosco foi o de reconstituir toda a trajetória de Noel, estruturando o roteiro, logicamente, em cima de seus sambas - mas costurando, como ninguém mais neste ano, depoimentos de gente como João Máximo e Carlos Didier (os melhores biógrafos do Filósofo do Samba), Sérgio Cabral (o biógrafo e jornalista, não o político), Carlos Rennó (letrista e jornalista) e até Caetano Veloso (primeiro o músico, depois o polemista), entre outros (e outras). Sabiás, pardocas e feitiçarias, o documentário, contextualiza, ainda, o Poeta da Vila, recontando a história do samba desde suas origens, traçando um panorama da sociedade no Rio da época e dando exemplos de por que Noel Rosa foi tão revolucionário (e arriscando por que continua tão clássico). Dividido em algumas partes, Sabiás, pardocas e feitiçarias abre com o reconhecimento do Noel Rosa poeta, como um Vinicius de Moraes avant la lettre, e, de certa forma, encerra com a explicação do Noel Rosa filósofo, ao conceber uma visão particular de mundo e ao legar uma inegável sabedoria às próximas gerações. Noel, mesmo irreverente e antiacadêmico, teria aprovado, pois sempre teve o apuro e brilho em alta conta - qualidades que não faltam ao documentário de Francisco Bosco."


Julio Daio Borges _ Digestivo Cultural


2 comentários:

Anônimo disse...

Fala garoto,tudo bem? Sexta-Feira é o dia de afogar o estress,mas com
moderação. O velho Noel sabia das coisas.Saudações tricolores!

D.

Anônimo disse...

Olá, amigo!
Uma bela conversa é muito bom, principalmente quando estamos acompanhados de pessoas lindas por dentro e por fora.
Bom papo hoje e sempre.
Bom final de semana.
Beijos no teu coração.

M.