Warren Beatty negociando com o diretor da Warner, Eliot Hyman, o relançamento do filme "Bonnie e Clyde". O estúdio não quer relançar o filme por causa da grande participação do diretor/ator nas rendas do filme:
- Tá bom, eu relanço o filme se você diminuir sua participação.
Beatty pensa e responde:
- Não. Vou processar você, Eliot.
Hyman olhou friamente para ele, calculando o risco, enquanto Beatty brincava com um lápis, girando-o entre os dedos, jogando-o para o alto e pegando-o novamente.
- Que porra de motivo você teria para me processar?
Beatty estava blefando. Não tinha a mais pálida noção de qual motivo poderia usar para um processo legal mas, vagamente familiarizado com o passado de Hyman, que incluía algumas relações perigosas e questionáveis, Beatty pensou: Eliot sabe mais do que eu algum dia poderia saber. Então olhou para Hyman nos olhos, fixamente, e disse:
- Acho que você sabe muito bem o motivo.
No espaço de duas semanas, Hyman tinha relançado o filme.
"Com um sujeito como Eliot, essa era, claro, a melhor coisa para se dizer, porque, seja lá o que fosse que sabia, aquilo o encheu de pavor", disse Beatty.
"Como a geração sexo-drogas-e-rock'n'roll salvou Hollywood: Easy Riders, Raging Bulls" , de Peter Biskind (Editora Intrínseca, 2009, tradução de Ana Maria Bahiana).
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