sábado, 9 de abril de 2011

Desprego das estrelas




Desprego as estrelas,
deixo que elas
rolem céu abaixo
soltas do seu facho
frio, iridescente,
ricochete rente
ao chão adormecido.
Cobres,
estrelas de pobre,
moedas
que dobram na queda,
vão metal.
O mesmo que falta
às nossas mais altas
intenções, e nos deixa
(é sempre a mesma queixa)
nesse vai-da-valsa :
com as mãos repletas
de palavras certas,
de moedas falsas.


Cláudia Roquette-Pinto in Corola, 2000

Nenhum comentário: