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Absurdo ter ciúmes de um aspirador de pó. Aquela ereção enorme do eletrodoméstico, a fazer ruído, a sugar poeira, acariciado pela sensualidade natural das mãos da empregada, a mover o canudo de trás pra frente, de frente pra trás, sobre o tapete de chenile, como se masturbasse o aparelho, sob pretexto de usá-lo na limpeza da sala.
Celestino imaginou o aparelho enlouquecido de tesão, libertando-se das mãos de Emilene no momento do gozo, levantando-se por completo o seu tubo sanfonado de dois ou três metros, e ejaculando nuvens de gazes, poeira, cinzas de cigarro, farelos de pão e alguns insetos secos.
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Julio Cesar Monteiro Martins in "Babá" em "Um prazer imenso – Contos eróticos masculinos".
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