segunda-feira, 25 de julho de 2011

Las uvas y el viento

Eu fui cantando errante
entre as uvas
da Europa
e sob o vento,
sob o vento da Ásia.

O melhor das vidas
e a vida,
a doçura terrestre,
a paz pura,
fui recolhendo, errante,
recolhendo.

O melhor de uma terra
e outra terra
levantei em minha boca
com meu canto:
a liberdade do vento,
a paz entre as uvas.

Pareciam os homens
inimigos,
porém a mesma noite
os cobria
e era uma só claridade
a que os despertava:
a claridade do mundo.

Entrei nas casas quando
comiam à mesa,
vinham das fábricas,
riam ou choravam.

Todos eram iguais.

Todos tinham olhos
para a luz, procuravam
os caminhos.

Todos tinham boca,
cantavam
para a primavera.

Todos.

Por isso
procurei entre as uvas
e o vento
o que de melhor têm os homens.
Agora tens que me ouvir.

Pablo Neruda in "Prólogos", Bertrand Brasil, tradução de Thiago de Mello

2 comentários:

Anônimo disse...

Obrigada pela poesia Frid. E Thiago de Mello é um dos meus poetas prediletos!
Votos de boa semana!
Fátima

Anônimo disse...

Menino!
Muito lindo e dá o que pensar, pois nem sempre paramos para nos olharmos por dentro, deixamos passar muitas e muitas coisas boas.
Valeu, meu coração ficou mais compassado, pois anda dolorido nestes dois últimos meses, não se preocupe são lições que Deus nos envia para despertarmos para o caminho do bem.
Bela quarta e manera no almoço, ha,ha,ha,ha.
Beijos no coração.

Marli