Estava visitando o Museu da Família Colonial em Blumenau, composto por três casas antigas, dos primeiros tempos da colonização da cidade, quando o guia mostrou um quadro floral pintado pela antiga moradora da casa (agora não lembro se a Sra. Renata Luiza Rohkohl Dietrich, proprietária da casa mais antiga, ou a Sra. Edith Gaertner, dona da casa de entrada, que doaram as suas respectivas casas e seus objetos pessoais para o museu). Reconheci a planta, que parece uma pequena bananeira só que, ao invés de bananas, possui cachos vermelhos com flores amarelas, e é muito comum na Riviera, pela sua beleza ornamental.
Ele falou que a planta era comum na região e se chamava Caeté. Falei que no litoral de São Paulo tinha uma parecida mas que o nome era outro, helio qualquer coisa. Ele achou então que era outra planta, pois a dele se chamava apenas Caeté. Falei que poderiam ser plantas diferentes, pois em Blumenau fazia muito frio. Além disso, estranhei um nome indígena na região de colonização alemã, enquanto no litoral caiçara utilizava-se uma designação quase científica.
Quando entramos na terceira casa, dividida em cômodos temáticos, o mistério do nome foi resolvido: os colonizadores alemães, ao chegarem à região da atual Blumenau, encontraram tribos indígenas nativas e tiveram de conviver com elas. Lógico que quem chegou primeiro - os índios - batizou as plantas, os rios, os morros, animais, etc. Por exemplo, o rio que banha, ou melhor, alaga Blumenau, é chamado de Itajaí-açu. (Os alemães não deram o devido valor ao "açu", que quer dizer muito grande, volumoso, avultoso)
Hoje, relembrando a visita, lembrei do nome tão simplório e, encafifado, procurei no dicionário, verificando que Caeté e Helicônia são a mesma planta: angiospermas. design. comum a diversas ervas, esp. dos gên. Calathea e Ischnosiphon e tb. do gên.Stromanthe, da fam. das marantáceas, a algumas do gên. Canna, da fam. das canáceas, e do gên. Heliconia, da fam. das musáceas, nativas do Brasil e ger. cultivadas como ornamentais, por suas folhagens e/ou inflorescências; caetê, caité.
Num site de plantas verifiquei que a dita cuja é denominada de Caeté, Helicônia, Caetê, Bananeirinha, etc. As folhas são lisas, largas, grandes, com pecíolo longo. As brácteas, os cachos a que me referi acima, podem ser de coloração vermelho vivo ou laranja, com flores amarelas. O site sugere que a planta deve ser cultivada a pleno sol ou à meia-sombra, e afirma que ela não é tolerante ao frio ou às geadas.
Como ela sobrevive em Blumenau?? Eu estava lá em setembro sofrendo no frio de quase zero grau!!! Afinal, a Caeté dele é minha Helicônia?
José FRID
Nenhum comentário:
Postar um comentário