Desempenhaste com elegância o ato de despir teus dois blocos de perna e teu peito compacto, desejado amante.
Molhada de min mesma, te vi vindo todo nu apaziguar-te na natureza de meu pedaço relvado que não apaziguaste.. Dividiste apenas meu corpo ao meio com teu talo.
Me debatendo em angústia, agüentei teus firmes movimentos tão sem ternura, sem a menor humildade. Procurei em mim alguma sensação que justificasse estar ali. Que nada. Consegui foi me sentir incômoda e machucada, tendo alívio quando acabaste de me regar com teu egoísmo.
Tentar te chamar a atenção para esse desperdício não valia a pena. Também nem daria tempo, tal era tua pressa pouco gentil em se vestir rápido, para, decerto, ir exercer em outro lugar outro momento de lamentável falta de talento.
Joyce Cavalccante in "O Discurso da Mulher Absurda", Editora Maltese, 1994
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