terça-feira, 29 de novembro de 2011

AGONIA DE UM FILÓSOFO




Consulto o Phtah-Hotep. Leio o obsoleto
Rig-Veda. E, ante obras tais, me não consolo...
O Inconsciente me assombra e eu nele rolo
Com a eólica fúria do harmatã inquieto!



Assisto agora à morte de um inseto...!
Ah! todos os fenômenos do solo
Parecem realizar de pólo a pólo
O ideal de Anaximandro de Mileto!



No hierático areópago* heterogêneo
Das idéias, percorro como um gênio
Desde a alma de Haeckel à alma cenobial!...



Rasgo dos mundos o velário espesso;
E em tudo, igual a Goethe, reconheço
O império da substância universal!


Augusto dos Anjos in  "Eu"

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