Sim, amarei meus tormentos.
Os tormentos fazem bem,
São os únicos alimentos
Que não sei de onde vêm.
Não mais gastarei a vida
Pois pequena ela se faz.
E a velhice prevenida
Não gosta de andar demais.
Ao lado de minha cova
Ficarei calmo, esperando,
Sei que a morte é coisa nova
Que andam me anunciando...
E dela terei a prova
Não sei como, não sei quando.
Di Cavalcanti in "Reminiscências Líricas de um Perfeito Carioca", 1964, Editora Civilização Brasileira
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