quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Estampa do Mangue





Na porta os olhos parados
Não eram daquele corpo impuro
Que se ofertava ao vício.





             O que ela dava aos que passavam
             Era pouco.






Para os poetas
Sua nudez ornamentava-se de flores,






             Seu olhos nada explicavam,
             Permaneciam na infância.




Seu corpo envelhecia na porta.




Di Cavalcanti in "Reminiscências Líricas de um Perfeito Carioca", 1964, Editora Civilização Brasileira

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