Este é o primeiro livro lido em 2012. Decidi lê-lo por causa de uma crítica publicada no Estadão. "Com Bolaño tudo flui. Sua prosa corre como riacho. Rápida, leve, fresca. Esperta." Realmente, a leitura flui, lê-se rápido o livro, mas o resultado final é decepcionante, ao menos para mim, que esperava mais de um autor tão incensado.
Comentei no blog do Estadão: "Comprei o livro após ler sua resenha no Estadão. Não gostei: ao contrário do que você menciona, é um livro menor do Bolaño. O personagem patina, roda por toda a Paris, mas não chega a conclusão ou lugar nenhum. O escritor deslumbrou-se com suas pesquisas e jogou tudo no livro. O texto pode ecoar Poe, Cortázar, Borges, mas deixa a desejar quanto à trama "detetivesca" e à narrativa cheia de pontas soltas."
O autor menciona e/ou disserta sobre muitos fatos e personagens históricos, muitas ideias antigas, mas tudo isso não parece ter interesse para a trama, a narrativa. Algo na linha "o que vale é o caminho e não o ponto de chegada". Como o que tivesse mais valor fossem os assuntos abordados do que a própria estória em si, o que compromete a trama "dedetivesca". A gente perde tempo com personagens (os irmãos gêmeos, os donos dos cafés, os espanhóis, os médicos, as estudantes, os fantasiados, etc.) que nada acrescentam à narrativa, e somem como surgiram, de repente. O mesmo ocorre com as cenas, labirintos de Borges, tema de conto de Poe, etc. Pura literalice!
O livro ganhou dois prêmios literários em cidades da Espanha, o que suscita outra questões: os critérios para um livro ser premiado são os valorizados pelo leitor médio? Nem sempre, comprova este livro.
Conclusão: não recomendável para um leitor comum.
José FRID
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