segunda-feira, 3 de junho de 2013

Luar mineiro




Anoitece e serpenteio
as colinas de Minas
à busca da cidade
onde estará meu amor

O arrebol desfaz-se
tragado pela noite
tímidas estrelas não conseguem
indicar o meu caminho

Os faróis cortam a escuridão
guio-me pela tatuagem no asfalto
inteira, partida, dupla,
como nosso amor

A lua cheia surge à esquerda
por trás do morro
iluminando as solitárias palmeiras de
Tarsila

Embevecido com o modernismo
quase encaro um motorista contrário
que não se deixa levar por
arte, estrelas, luas, amores

A intensa lua ilumina o retrovisor
qual clareasse o passado
em frente vou
atrás do meu amor

Sigo o sinuoso traçado
pelos morros de Minas
deixando a majestosa lua tonta
ora à  direita, esquerda, atrás, em frente

Cansada, ela some por trás dos morros
fico só com faróis e estrelas
mas, graciosa, prateia as águas do rio
que orla a cidadela onde jaz meu amor

Subo, subo, quase toco no escuro céu
na garganta da serra a lua engole a estrada
exibindo suas intimidades para mim

Mergulho no grande queijo mineiro
esqueço tudo, meu amor
sigo com Jorge à busca do dragão
(Haverá uma princesa na lua?)


José FRID


Mais coisas do FRID (estou parecendo o Pelé...)  crônicas, contos, poesias, fotos: 
aqui!

14 comentários:

Anônimo disse...

Fala Frid !

A título de colaboração no poema que Você me mandou, não seria :

" Aniotece e serpenteiam as serpentes (não é luar do sertão - lá tem serpentes ) ......
............................
............................
" O arrozal desfaz-se ( no sertão tem arrozal ) .

Frid , estas são minhas sugestões para o poema !!!!!

Abraços, Galvão.

Metamorfose Ambulante disse...

Poeta Galvão

Suas observações serão consideradas. Por acaso você é mineiro ou vem do sertão???

Grande abraço!

Anônimo disse...

Na mosca, Frid !

Meu Pai teve um sítio em Minas .

Abraços, Galvão.

Metamorfose Ambulante disse...

Bem que eu desconfiei: um come-quieto!

Anônimo disse...

que lindo, Frid!... meu pai nasceu em Minas, cidade de Passos.... as duas últimas linhas me fizeram lembrar do Djavan (ele tem uma música"Sao Jorge, por favor, me empresta o dragão..."). Bjo!

Luiza B.

Metamorfose Ambulante disse...

Bem que eu desconfiava que você, no fundo, era uma boa pessoa: no fundo de Minas, uai!!!

A música do Djavan é "Se" e o esse "me empresta o dragão" tem conotação sexual.Será que também pensei nisso?

Grande abraço!

Anônimo disse...

aaa, trem bão, uai!!... um queijiiim sempre cai bem :)
opa, eu nem pensei em nada, nao, Frid!...só me lembrei desse trecho da música!... :D
beijo!

Luiza B.

Anônimo disse...

Frid, achei esta poesia linda!
O "sinuoso traçado pelos morros de Minas", com a lua ora à frente ora ao lado, ou ainda por trás do morro, é perfeito.
abraço, Néli.

Metamorfose Ambulante disse...

Poesia prá você!!!

Com tantas curvas, a lua fica tonta!


Quando chegas na terrinha paulistana????

Viu que a Forno da Vila Mariana foi assaltada??

Grande abraço!

Anônimo disse...

O cara tá ficando bom!


André P.

Metamorfose Ambulante disse...

São seus olhos!

Anônimo disse...

Muito bom!

Margarida

Anônimo disse...

Bom dia, Fridicus.

Longe de ser uma pincesa, (põe longe nisso!), estou em Minas, em Cambuquira. E a lua está cheia e linda.

Muitas saudades.

Stela

Metamorfose Ambulante disse...

Uma vez princesa, sempre princesa!!!

Teve manifestação em Cambuquira?? Invasão da prefeitura?

Bom fim de semana!