Um dia estava dando um tempo no bar entre duas corridas e vi a mulher. Deus, ou sei lá quem, fica criando mulheres e cuspindo-as nas ruas, a bunda de uma é muito grande e os peitos da outra são pequenos demais; e essa daqui é louca e tem outra que é pirada e mais uma que é religiosa e mais outra que lê o futuro em folhas de chá e outra que não consegue controlar seus peidos, e mais aquela que tem o nariz enorme, e também a outra que tem cambitos...
Mas de vez em quando aparece uma, em plena flor, uma mulher brotando de dentro do vestido...Uma criatura toda sexo, uma praga, o fim de tudo. Olhei e lá estava, bem no fundo do bar.(...)
Charles Bukowski in Cartas na Rua (Post Office), Editora Brasiliense, 2ª Edição, 1983, pág.108
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