terça-feira, 5 de agosto de 2014

Existir, é uma dor ou um prazer?

Existo,
logo dói


Uma dor geral, entremeada por momentos de prazer. Dor do crescimento, das mudanças, das perdas... Prazeres da carne, do amor, da arte... 



Nos cumes do desespero foi escrito em romeno em 1933, quando o autor contava 22 anos de idade, sendo o primeiro livro do filósofo Emil Cioran. Explosão de angústia e lirismo, esta obra não tinha outra pretensão que não a de expressar de forma brutal e avassaladora a dor de existir. Laureada com o prêmio dos jovens escritos romenos, a obra também é fruto de suas leituras de Nietzsche, Schopenhauer, Bergson, Pascal e Dostoiévski. Mas para além das leituras e influências eruditas, Nos cumes do desespero é resultado sobretudo de sua experiência com a insônia, a vigília ininterrupta, esse "nada sem trégua". Com a insônia, essa "lucidez vertiginosa que poderia converter o paraíso num centro de tortura", Cioran postulou a inutilidade da filosofia e desde então passou a viver à margem das universidades, encontrando consolo no poder trêmulo das palavras. Inicialmente, o autor pretendia publicar essa obra como um testamento de um suicida, mas quando ela foi lançada em 1934 Cioran descobriu o alívio da palavra desencantada e desde então desenvolveu a arte da fórmula paradoxal e da máxima assombrosa e inesquecível, sem a qual, segundo o próprio autor, teria posto um fim aos seus dias. Obra inédita em português, em tradução direta do romeno e com apresentação de José Thomaz Brum. 


Emil Cioran (1911--1995) é um filósofo e ensaísta de origem romena. Formado em filosofia pela Universidade de Bucareste, a partir de 1937 se instala na França onde escreve a maior parte de sua obra, adotando o francês como sua língua de escrita. Em obras hoje consideradas clássicas como o Breviário de decomposição e os Silogismos de amargura, Cioran desenvolveu um estilo único que une reflexão e poesia em fórmulas tão brilhantes quanto desconcertantes. De um pessimismo implacável, sua obra representa um desafio ao pensamento. 

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