A manhã sai a passeio na praia polvilhada de sol.
Braços.
Pernas amputadas.
Corpos que se reintegram.
Cabeças flutuantes de borracha.
Pernas amputadas.
Corpos que se reintegram.
Cabeças flutuantes de borracha.
Ao tornear os corpos das banhistas, as ondas espalham seus cavacos sobre a
serragem da praia.
serragem da praia.
Tudo é ouro e azul!
A sombra dos guarda-sóis. Os olhos das moças que se injetam romances e
horizontes. Minha alegria de sapatos de borracha que me faz pular na areia.
horizontes. Minha alegria de sapatos de borracha que me faz pular na areia.
Por oitenta centavos, os fotógrafos vendem os corpos das mulheres que se
banham.
banham.
Há quiosques que exploram a dramaticidade da arrebentação. Criadas chocas.
Sifões irascíveis, com extrato de mar. Rochas com peitos algosos de marinheiro e
corações pintados de esgrimista. Bandos de gaivotas, que fingem o voo
destroçado de um pedaço branco de papel.
Sifões irascíveis, com extrato de mar. Rochas com peitos algosos de marinheiro e
corações pintados de esgrimista. Bandos de gaivotas, que fingem o voo
destroçado de um pedaço branco de papel.
E diante de tudo está o mar!
O mar! ritmo de divagações. O mar! Com sua baba e sua epilepsia.
O mar! até gritar
basta!
como no circo.
basta!
como no circo.
Mar del Plata, outubro, 1920
Oliverio Girondo in 20 Poemas para ler no bonde, Coleção Fabula. Editora 34.
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