sábado, 20 de dezembro de 2014

E daí


não me recordo o dia.
tinha cara de segunda,
corpo de preguiça, olhos de sono,
marcas de batom mal disfarçadas pela roupa.

sim, bem poderia ser segunda-feira,
daquelas quando, qualquer um,
sem eira e nem beira
poderia adivinhar o grande final.

sim, poderia ser qualquer dia,
pois são iguais os dias de quem espera
sem que dúvidas ou certezas atropelem o calendário.

naquela manhã,
chovesse ou fizesse sol,
estaria ali novamente o vazio
exceto por algumas moscas
infernizando as orelhas do cão.



Aila Magalhães via Jornal de Poesia

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