tocava na vitrola aquele hit do Nat
Magnólia, de flor, virou menina Mag.
O pisca azul-neon colhia-se na janela.
Não interessa o azul da adolescência breve?
Não vá morrer em sépia o que era cor mais leve.
São Paulo já foi nuvem, meu coração foi outro:
por que não repor Mag em sua primavera?
When I fall in love it will be forever
no primeiro Hi-Fi do último Telefunken:
nossas mãos se tocavam para o faustoso Gênesis
em que o ânimo de deus encorajasse as águas.
Uma luz de outro anjo, tão vaga, se quedava
no mundo silencioso da carne telepática.
O estrabismo de mag era um charme tão fino
na conjunção do olhar aceso azul abismo.
Em suor as mãos extáticas
fechavam-se numa audácia apenas enlaçada.
Penumbra azul, neon no parapeito.
Santa Cecília em luz na mag-madrugada.
Alcides Villaça in Ondas Curtas, Cosac Naify, 2014, pág.39
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