Surpresa  desagradável ontem: morreu o "marido de aluguel" daqui de casa. De surpresa.  Infarto. Fulminante. Quarenta e sete anos. Cheio de sonhos.
Ele  era uma flor de pessoa, atenciosa, educada, sempre de bom humor. Um  profissional completo, entendia de quase tudo que uma casa precisa para  funcionar adequadamente, ficar bela, agradável. Elétrica, hidráulica, pintura,  pequenas reformas, pisos, azulejos, gesso, troca de lustres, colocação de  quadros, instalação de ar condicionado, varais, etc., tudo fazia rápido e bem  feito, um serviço limpo. Só se tinha que ter paciência com ele: muitas mulheres  para serem atendidas, para quais tinha paciência infinita, conseguia entender  as necessidades femininas. Um maridão de aluguel!
Cobrava  o que queria, mas não era careiro e todos pagavam com gosto: ele resolvia, ele  funcionava, ele superava expectativas. Juntou um bom dinheiro, estava prestes a  comprar um furgão para melhor transportar  suas traquitanas de trabalho. Seria sua  segunda aquisição de valor significativo: comprara um sitio, uma fazendola na  Bahia, para onde iria quando se aposentasse....
Olho  a cozinha clara recém-pintada por ele, iluminada pelo novo  e moderno lustre colocado por suas mãos, a  parede verde-qualquer coisa com as prateleiras e o quadro colocados por ele...
A  vida é assim: doce, sonhos, bruta, vida, cruel, sonhos, vida, sonhos, um  coração que para de repente. Aos quarenta e sete anos. Fim.
Descanse  em paz, Geraldo, que seus sonhos sejam realizados.....
(E  tem gente que ainda reclama da velhice...)
José FRID
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário