(patrão conversando com a empregada, de uma cidade do interior)
- Sei sim - respondeu, meio incomodada -É aquele pretinho de chapéu vermelho que fuma u cachimbinho e tem uma perna só.
-Alguém aqui viu o saci?
- Só gente mais antiga. Gente nova não sei de ninguém que viu.
- Mas então, será que ele existe?
- Olha, dotor Boris, eu não sei muito bem,mas acho que o saci desapareceu e já não se vê hoje, como também não se vê a mula sem cabeça. Isso não é prova que inventaram o saci. Não existiram tantos bichos no mundo que agora não existem mais?
Fiquei sem resposta diante da Ângela darwiniana.
Boris Fausto in O brilho do bronze (um diário),Cosac Naify, 2015, pág.35
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