[...]
O pastor vai ao barbeiro. Importante todo asseio e correção. Também nos cabelos, que, crescidos, já encostavam nas orelhas. Não gosta. Parece desleixo. Mais grave em sua profissão. O homem deve cuidar do espírito sem descuidar do corpo, sua morada. Ele entra. O barbeiro acaba de varrer os cabelos cortados, caídos pelo chão, agora amontoados sob a bancada. Algo parece impróprio. Uma indecência. O pastor sem conseguir deixar de olhar. Apesar da aflição. Mistura promíscua e imoral. Talvez pense em pelos. Púbis.
Não.
Eda Nagayama in Desgarrados, Cosac Naify, 2015, pág. 75
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