sexta-feira, 13 de abril de 2018

TRÊS MULHERES E O SOL

TRÊS MULHERES E O SOL

Manhã pós-Páscoa, bacalhau, chocolates, vinhos e cervejas. Vida normal.

A jovem escancara o janelão do segundo andar da creche. Prende as cortinas, sacode as almofadas, rearranja os bichos de pelúcia junto à tela de proteção, partículas dançam aos raios de sol. Ela vê o primeiro carro estacionar na porta. Ajeita uma franja rebelde, sorri para o sol e desce para suas crianças.


A mulher do quarto andar do prédio atrás da creche abre as janelas da sala. Iluminada pelo sol da manhã, perscruta cada cantinho do céu. Satisfeita, passa uma corda e pendura algumas roupas de criança, uma saia e a camisa social.

No corredor da casa ao lado da creche surge uma senhora com um largo vestido florido caseiro. Ela pega o andador, dá poucos passos e enche um pequeno regador de plástico. Agora equilibrando-se a si e ao regador, caminha lentamente à um vaso, onde uma bromélia ensolarada espera a chuva matinal.

José Frid

Nenhum comentário: