O homem comum atravessa
o olho de sua morte e nasce
como nascem as aves no outono
e os dias nos calendários.
O homem comum há de ser comum
entre a noite de cal e o oceano
como se assim pudesse se alcançar
tentativa da palavra escassa.
O homem comum
não se surpreende no espelho
e nem se vê
na imagem em que se interfere.
Morre o homem comum
como morrem
as escamas dos peixes
morre na alternativa
de não ser mais.
Álvaro Alves de Faria in Vagas Lembranças, um ensaio gráfico-poético:
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