terça-feira, 4 de setembro de 2018

Manhã - Jorge Luis Borges

   
        Para Antonio M. Cubero

As bandeiras cantaram suas cores,
        e o vento é uma vara de bambu entre as mãos
O mundo cresce como uma árvores clara
                Ébrio como uma hélice
        o sol toca a alvorada sobre os terraços
        o sol com suas esporas rompe os espelhos
Como uma carta minha sombra
caiu de bruços  na estrada
Em cima            o céu voa
        e o sulcam os pássaros como noites errantes
A manhã vem pousar fresca em minha costas.

Jorge Luis Borges
(tradução livre de José FRID)

MAÑANA

A Antonio M. Cubero

Las banderas cantaron sus colores
         y el viento es una vara de bambú entre las manos
El mundo crece como un árbol claro
                   Ebrio como una hélice
         el sol toca la diana sobre las azoteas
       el sol con sus espuelas desgarra los espejos
Como un naipe mi sombra
ha caído de bruces sobre la carretera
Arriba          el cielo vuela
y lo surcan los pájaros como noches errantes
La mañana viene a posarse fresca en mi espalda.

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