Precisa aprender a confiar nesses movimentos alternados de nuvens sombrias e de fulgurâncias luminosas que o animam. Por vezes, pensamentos interessantes zumbem-lhe na cabeça, depois esses ideias fogem-lhe de novo sem que ele faça qualquer esforço para retê-las, pois sabe que o seu aparecimento no consciente e, em seguida, o seu desaparecimento não fornecem qualquer informação verdadeira sobre o seu destino. Não pode obrigar-se a trabalhar. "Sou forçado a esperar que alguma coisa se agite em mim e que eu me dê conta disso."
Às vezes, porém, os momentos de tropeço, de estagnação, de resistências, oprimem-no, fazem-no duvidar do seu talento, como se esses obstáculos lhe lembrassem com excessiva clareza que a sua maneira de escrever era a de um poeta, coisa que ele não era.
Lydia Flem sobre Freud in O Homem Freud - O romance do inconsciente - pág.168/169
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