O outro homem da mulher que amo,
há nele as minhas marcas que são dela
e sempre encontro indícios dele quando
ela se despe e se abre e posso tê-la.
No corpo dela, o gotejar frequente
de nós, formando sulcos, vias, trilhas,
dentro da noite em que ela se oferece,
não deixa que nos sobre alternativa:
eu sigo os mapas dele, acrescentando
ao já sabido as minhas descobertas,
e ele me segue na mulher que amamos.
Pois tanta variante há no caminho
que – ou dois ou nada – um de nós apenas
não vai sobreviver nela sozinho.
Miguel Mararvilla in Tanto amar, p. 17.
Nenhum comentário:
Postar um comentário