sábado, 30 de maio de 2020

Experiências sexuais.....

Nessa época o meu irmão mais velho me levou para transar com uma prostituta. Foi uma experiência horrível, mecânica, completamente sem graça. O que considero a minha primeira experiência sexual, de verdade, ocorreu dentro da fazenda do meu avô, com uma das primas distantes de minha mãe. Uma delas, de 17 anos, ficava se insinuando para mim, que estava com 13 anos. Não perdi tempo. À noite, ia escondido para o quarto dela e fingia que dormia. A família falava: "É uma criança, deixa ele...". Eu ficava lá, fingindo que dormia, e quando ela deitava rolava uma transa gostosa. A cena se repetia por alguns dias, da mesma maneira: eu me deitava na cama de minha prima, fingia que estava dormindo e rolava a transa. Era um código entre nós, cheios de hormônios. Minhas experiências sexuais na adolescência foram bem esporádicas, eu não sentia necessidade de transar. E como eu não namorava, não tinha com quem transar. O sexo só virou um interesse mesmo após os 30 anos, até que me tornei compulsivo por sexo, não conseguia dormir se não transasse. Com o tempo, quando comecei a perceber que era atraído por homens, tive uma crise moral. Eu achava que homem que transava com homem andava rebolando na rua de sobrancelha feita, pois era essa minha referência, um estereótipo que construí na minha cabeça. 

Não me sentia culpado por nada, tinha era medo de me transformar no único exemplo de "viado" que havia em Mato Grosso, uma verdadeira "Geni". E, certa vez, um homem cheio de trejeitos passou na rua, em frente de minha casa, e as pessoas começaram a xingar. Orgulhoso, ele mantinha o passo e os trejeitos firmes, requebrando. Era um homem gay que trabalhava num hotel, e sempre que me via ficava parado em frente à casa dos meus tios, para depois me seguir pela cidade. Eu morria de medo dele. Minha tia me dizia que ele estava apaixonado por mim. Eu, aos 16 anos, respondia: "Deus me livre!" Tudo que não queria, com todas as minhas questões, era o gay da cidade apaixonado por mim. Ele morava sozinho, um escândalo na época, pois homem só saía de casa aos 21 anos para casar.

Ney Matogrosso in  pág.35


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