Escreva em diálogo com um poema.
Essa é uma sugestão que gosto de dar no início de um workshop - é uma maneira de abrir uma janela. Encontre um poema (ou, talvez, um parágrafo, mas a mistura de estrutura e linguagem na poesia parece útil aqui) que o atrai. Não precisa ser por um motivo específico - você descobrirá enquanto escreve. Digite-o e logo abaixo dele, mesmo na mesma página, escreva um texto em resposta. Talvez seja algo sobre sua construção que você queira experimentar por si mesmo, ou talvez seja um tema ou um artifício retórico em uso. Ouça atentamente como o poema está funcionando. Escreva ao lado dele - cite-o, fale com ele; deixe falar com você.
Escreva em diálogo com uma obra de arte.
Sempre adoro uma ekphrasis. É um ato imaginativo: significa contar, repetir o que você vê e o que sente. Converse com uma obra de arte que você adora. Descreva-o - realmente entre lá, use adjetivos, use verbos . Veja o que essa descrição revela. O que está acontecendo em uma pintura, uma fotografia, uma escultura? Quais personagens vivem lá? Que emoções isso evoca? A partir daí, a escrita pode girar em todos os tipos de lugares - o que escrever sobre isso o lembra em sua própria vida? Que perguntas isso provoca - teóricas, práticas, históricas?
Outro modo de fazer este exercício é escrever uma cena baseada em um ou mais objetos concretos. Observe como observaria uma obra de arte e, a partir daí, comece a fazer perguntas e a criar uma história sobre ela.
Escreva em diálogo com sua própria memória.
Escreva uma memória. Dê um passo para trás e examine-o. Foi assim que aconteceu? Por que você escreveu assim? Que palavras você usou ao contar e por quê? Em seguida, dê mais um passo para trás: Escreva sobre a escrita da memória e a recuperação da própria memória. Nossas memórias não estão fixas no lugar - elas têm textura, têm deslizamentos. Lembramos não apenas os eventos de nossas vidas, mas depois de algum tempo, lembramos a própria lembrança. Quando investigamos esses momentos, às vezes coisas interessantes acontecem.
Cada um desses prompts tem a intenção de ser um ponto de partida - uma maneira de lembrar a si mesmo que está em uma conversa constante com o mundo ao seu redor, e até mesmo consigo mesmo. Sua imaginação é ilimitada, mas a inspiração não precisa vir apenas de dentro de sua própria cabeça. Pense nessas instruções como formas de se orientar, ainda que brevemente, em direção ao mundo. Você está abrindo uma janela. A brisa está soprando. Você pode ver o mundo lá fora, e o mundo vê você de volta.
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